Como vocês se divertem quando estou "bolada" rss.. então hoje será um prato cheio!
Vocês sabem que minha graduação foi via Senac, vocês devem lembrar também das minhas reclamações referentes ao curso, foram tantos problemas que se fosse relatar todos, passaria dias escrevendo.
Não ia falar mais sobre os problemas ocorridos no Senac Campo Grande no período do meu curso, não fossem os novos problemas que minha irmã está enfrentando. Vocês também sabem que criei minhas irmãs como filhas, então... mexeu com ela eu viro uma onça! Ela acabou de entrar para o curso de Técnico em Segurança do Trabalho e os aborrecimentos já começaram.
Professores constantemente atrasados; as aulas nunca são na mesma sala, cada dia uma surpresa, já passaram por salas com fiação exposta e ar condicionado quebrado; mesas e cadeiras inapropriadas para o período em que ficam sentados, etc... Imagina se não fosse curso de "Segurança do Trabalho"?
A presenteamos com um netbook para auxiliar nas pesquisas e facilitar os estudos. Um dos professores do curso a proibiu de levá-lo às aulas de forma grosseira e pública, na frente dos alunos no meio da aula, dizendo a ela que arrume folhas de papel e caneta para assistir as aulas dele, chegando a ser enfático na proibição da entrada do computador em sala, causando constrangimento e se vangloriando dos alunos que reprovou no passado, ou seja constrangendo e coagindo. Ela leva material como caderno e canetas, porém no net ela possui material didático como e-books, apostilas em power point, gráficos, etc...
Da mesma forma que procedemos no meu curso, ligamos para a coordenação que informou não haver no Senac legislação que proíba o uso de tal utensílio, apenas não recomendava pelo risco de roubo. Quem frequenta a unidade sabe que a segurança é precária, porém a responsabilidade é dela.
Os alunos do curso de cabeleireiro carregam muito mais dinheiro em bens, cada aluna carrega em média mil e quinhentos reais em secadores, chapinhas, escovas, modeladores, toalhas e utensílios. Logo uma sala do curso de cabeleireiros com 15 alunos representa exposição de trinta mil reais ambulantes, isso se não comparem material de primeira linha senão o valor pode duplicar ou triplicar.
Vamos recaptular um pouquinho e voltar ao meu curso. Para início de conversa não devo nada do que sou hoje ao curso, o blog nasceu antes de me matricular. Não aprendi absolutamente nada de bom no curso e só o concluí pelo certificado que é reconhecido e caso um dia a profissão seja legalizada só poderá atuar quem possuir certificação. Aliás fui uma aluna S (suficiente) durante todo o curso, ninguém da turma tirava B, meu único O (ótimo) foi pela apresentação de um book com modelos de cortes. A avaliação é ao gosto e bel-prazer do professor, não há avaliação escrita e prática com parâmetros de avaliação técnicos.
Se no dia em que paguei os R$ 2.000,00 refente ao curso, eles me entregassem o certificado mediante prova e testes práticos eu teria economizado tempo e dinheiro com transporte.
Tive de envolver meu marido quando minha irmã faleceu e quando passei mal devido a uma forte gripe e não aceitaram meu atestado e xerox do óbito. Quase fui reprovada por isso.
Trocamos de professor três vezes mediante brigas com a coordenação e nenhum docente correspondeu, a única professora com conteúdo foi a do módulo penteado, inclusive brigamos para que ela terminasse o curso conosco, mas de nada adiantou. A última professora nos ensinou a fazer teste de mecha cortando um pedaço do cabelo do cliente e colocando juntamente com a química sobre um pedaço de plástico e iniciar o procedimento sempre de olho na mechinha cortada, se a mechinha apresentasse quebra ou emborrachamento deveríamos correr para lavar os cabelos do cliente. Entendeu??? Quer dizer que se a mechinha apresentar dano, o cabelo do cliente também vai pelo cano. Sacou o nível? Segurança zero!
Quando digo brigamos, estou me referindo às constantes ligações e reuniões que fiz acompanhada de meu marido, já que sozinha o coordenador se sentia autoritário suficiente e não me permitia falar. A turma por sua vez ficava corajosa e valente quando estávamos a sós, mas ninguém queria se envolver e a maioria estava pouco ligando se o ensino poderia ser melhor, cheguei a ouvir "Se você continuar bringando o curso vai ficar mais difícil!" Quer moleza, faz um pudim! Nesse período consolidei minha fama de brigona, com todo gosto!
Existe muita diferença entre ser "barraqueira" e lutar pelos seus direitos. O Senac não é mais uma instituição gratuíta. O Aluno paga (e bem caro!), o governo paga, você paga a através dos seus impostos e o modelo dos cursos práticos, como os de beleza, também pagam!
Se tem tanta gente pagando, então o mínimo que podem oferecer é boa infraestrutura e profissionais capacitados. Quando o que mais notamos são profissionais frustrados e ambientes inadequados.
Ensinar tem que ser um ato de amor, você estará capacitando novos profissionais, o que você ensinar fará diferença para sempre na vida de uma pessoa. Não é só mais uma profissão como pensa o governo, bons professores geram profissionais com excelência!
Note bem o ambiente, as fotos falam por si.
Dá para acreditar que nessa unidade exista um curso de Segurança do Trabalho? A parte mais complicada era ter essas fotos em mãos, tiradas por mim, e ouvir da direção que o que importava era o ensino e não o ambiente.
Ar condicionado "fumando" e não gelando, o teto amarrado com arames, cubas do lavatório enferrujadas, carrinhos faltando bandejas e rodas, cadeiras com parte hidráulica comprometidas, disjuntor que desarmava quando ligavamos os secadores (alegaram que os secadores eram potentes demais mas, quem solicitou a compra do mesmo com 2000W foi o próprio Senac), etc... Eram tantos problemas que decidi averiguar a qualidade da sala da outra turma que começou o curso trinta dias antes e meu espanto foi total!
A outra turma contava com teto forrado em PVC, dois ar condicionados, pias novas, local para guardar as bolsas com material, janelas amplas e bancada.
A explicação da direção foi apenas uma, sorte! "Quem começa primeiro fica com a melhor sala."
Mandei e-mail com essas fotos até para o presidente, o saldo foi que depois de uma reunião acalorada com toda direção da unidade, em 2 semanas o teto foi trocado, algumas reformas foram feitas e apareceu até 4 cadeiras Ferrante. Dá uma olhadinha na diferença aí embaixo. Outra aluna reclamou do material de apoio e depois que a briga já havia começado até apostila (feita da noite para o dia) recebemos.
Essa história não vai parar por aqui. Uma criança de 7 anos conseguiu que a escola trocasse uma professora atestando que não conseguia aprender com os métodos utilizados pela mesma. Se uma criança conseguiu, serve de exemplo para nós. Não vamos abaixar nossas cabeças e deixar que os serviços pelo qual pagamos nos seja oferecido porcamente e não em sua totalidade.
Os Senacs de Campos Grandes sempre existirão, o que vai diferenciar a sua turma das outras é a sua persistência em lutar pelo certo, para que você receba pelo que está pagando!
Beijocas...