sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

PRO: Preço e Valor

Como ainda estamos nos primeiros dias de 2011 vamos aproveitar para dar um gás na parte profisional e falar sobre temas relevantes ao público que vem crescendo de mansinho por aqui.

Existe uma diferença gritante entre preço e valor e nós profissionais precisamos aprender isso. O cliente geralmente nota o preço e raramente considera o valor.
Segundo Warren Buffett “O preço é o que você paga . O valor é o que você leva”.

Muitos profissionais supervalorizam-se e outros se desvalorizam, já é hora de acertar os ponteiros.
O profissional deve cobrar de acordo com vários ítens e não como o "receitado" pela profissional da foto acima. O preço deve ser proporcional ao valor agregado ao serviço, bem como graduação, marcas utilizadas, qualidade de atendimento, qualidade de ambiente, etc.

E sim, eu voto pela tabela (além se ser obrigatório) informando ao cliente que o preço varia de acordo com a densidade dos fios. Minhas clientes de cabelos longos com pouca densidade sempre pagaram e sempre pagarão pelo valor de cabelos médios, por outro lado clientes de cabelos médios com muita densidade devem pagar valor proporcional ao próximo tamanho, que no caso seria longo. Agora, quem avalia e define a densidade é o profissional. Cansei de discutir isso com clientes, por fim a decisão é dele (a) ficar e aceitar as minhas regas ou não. Eu sigo uma tabela de tamanho universal e procuro ser bastante justa, porém irredutível.

Isso tudo é tão básico que nem precisaria ser ensinado, porém na prática não é bem assim. E o erro acontece por ambas as partes, cliente e profissional.

É claro que como cliente consideramos primeiramente o preço quando não conhecemos um profissional, por isso mesmo eu sempre indico fazer uma visita prévia antes de investir seu dinheiro fazerendo algo mais elaborado, e nessa visita prévia faça um procedimento corriqueiro como escova ou corte, aproveite esse tempo para conversar com o profissional e avaliar todos os tópicos citados (marcas, ambiente, graduação, cordialidade, higiêne, etc).

Como profissional a valorização seja remunerada ou verbal, como um elogio, faz toda diferença para a autoestima do mesmo.
Por mais que você ame trabalhar com algo, ninguém aguenta passar mais de 10 horas em pé executando serviços que dependam muito de intelecto, além de força física e ser mal remunerado.

Outra questão que bomba nos fóruns sobre cabelo é sobre gratificação, dar ou não um "agrado" de vez enquando. As opiniões se dividem e é quase unânime o voto pelo não conceder o previlégio.
Quem já passou pelas minhas mãos sabe que "bonificar" faz parte do meu atendimento, coisinhas bobas como às vezes não cobrar um corte ou hidratação quando a cliente fez dois ou três procedimentos por exemplo. Mas isso não é regra!
É algo que eu faço quando sinto, tudo bem que eu sinto bastante... rsss.. afinal trabalhar com cabelo pra mim é um enorme prazer. Mas o problema começa quando a cliente bonificada passa essa informação adiante e outras pessoas acham que também receberão o desconto, vira uma bola de neve sem fim.
Eu mesma já quebrei a cara muitas vezes por dar descontos e a cliente dar piti pedindo o desconto toda vez que voltava!
Certa vez fizemos uma promoção que no corte ou escova ganhava uma hidratação, me apareceu uma mulher com cabelo abaixo da cintura para cortar só 1/2 cm. Prejuízo!
Com base nisso criei a "amostra de traficante"... rss... O cliente recebe um mimo (geralmente um tratamento) acompanhado da seguinte frase: "Isso é amostra de traficante, só para você viciar, na próxima eu cobro! rss..."
Pode parecer que é só sentar, pegar a caneta e sair chutando preços, mas não é bem assim, há tantos custos envolvidos numa simples escova que o cliente nem imagina, se tiver funcionário então...
Quer um exemplo?
- Custo da dose (shampoo + condicionador + leave-in + reparador de pontas);
- Custo fracionado da água;
- Custo fracionado de energia elétrica;
- Custo fracionado do aluguél;
- Custo fracionado da manutenção dos equipamentos elétricos (ar condicionado + secador + chapinha);
- Imposto (se o salão for legalizado);
- Mão de obra do funcionário (de 30% a 60% do valor do serviço);
- Taxa de cartão de crédito;
e por aí vai...

Por isso muitos profissionais tendem a usar produtos de baixa qualidade no intuito de baixar os custos sem ter que mexer no preço, fazendo assim com que baixe o valor do serviço, valor no sentido de valorização e não de moeda.


Cliente: Pense nisso da próxima vez que você entrar em um salão de beleza!
Profissional: Aprenda a se valorizar pelo motivo certo, competência!
Beijocas...


18 comentários:

  1. Carlinha...Arrasou no post,muito bom.
    Beijocas

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  2. Dri: Cara vc está de férias, volta pra cama!!! rss...

    Beijocas...

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  3. oi Carla td bem ? adorei seu post ele veio na hora certa, ontem estava falando com meu marido em fazer um curso de cabelereiro. gosto de tudo que esta relacionado, aprendi muito com vc, gostaria de umas dicas de onde fazer, como começar sem muitos gastos, estou desempregada e meu marido tambem. quero aprender mesmo. fazer como vc ser um profissional de qualidade.

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  4. Olá,
    Vou dar minha opinião como cliente. Eu acho que o bom profissional precisa saber cobrar o justo pelos seus serviços, e nesse valor deve ser considerado não só pela habilidade do profissional mas também pelos bons (ou ruins) produtos utilizados.
    Vou dar dois exemplos, vou a muito tempo na mesma cabeleireira e eu acho ela ótima, mas as vezes fico com dó. Vejo que ela trabalha tanto, está sempre dura e cobra muito barato pelos serviços. Percebi que ela começou a reduzir a qualidade das linhas que usa, e em cabelos afro isso faz muita diferença. Além disso, no mesmo horário marca 3 pessoas, os serviços estão cada vez mais demorados e quem termina o serviço é uma assistente que não é lá essas coisas e ainda queima meu couro com o secador. Isso começou a me decepcionar, o correto seria ela adequar os preços para valorizar o seu trabalho e poder atender as clientes com mais atenção.
    Por causa dessas coisinhas, estou procurando outras opções, fui num salão mais bacana, que usa linhas mais conceituadas. Mas já na primeira vez que fui me decepcionei, fiz vários serviços: retoque, corte, hidratação, manicure e escova. Claro, ela me cobrou uma pequena fortuna, mas já estava preparada, quando vi a fatura ela me cobrou R$ 1,50 pelo extra-brilho, um olinho de silicone de uma marca que nunca ouvi falar. Achei mesquinho ela cobrar a parte por isso, ela poderia ter embutido no preço eu nem teria visto, mas cobrar à parte, confesso que me deixou frustrada.
    Para quem tem cabelos difíceis, não é nada fácil encontrar um profissional confiável.
    Bjos

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  5. Carlinha, você é única!
    Salvador, como todo mundo já sabe, é
    dividida em cidade alta e baixa. Na alta ps preços são absurdos, gente! Um corte de cabelo custa 40 reais! Quem dera se todas fossem ao menos parecidas com você. ;/
    Pois bem, tenho uma dúvida: tava lendo o post sobre os tipos de cabelo. E o meu, ao meu ver, não se encaixou! HAHAHA
    Ele tem parte lisa, parte "dura", fios lisos e fios "duros". Lembra bem o frisado. Como eu faço? ;/

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  6. Ótimo post! Eu como cliente adoro receber um agrado. Concordo que dependendo do agrado e da frequência tem gente sem noção que fica muito mal acostumada, mas tem mimos que eu acho aceitáveis.
    No salão que eu frequento sempre, o mimo é uma finalização do penteado, eu costumo sair sempre com as pontas viradas pra fora (com spray para ajudar a durar mais e algum produto que dá um brilho incrível), tem amiga minha que saiu de lá com as pontas cacheadas, já vi senhoras em que ela fez uma finalização com babyliss nos cabelos curtos, em outras faz escova simples. Nunca é um penteado elaborado, mas um toque final que garante com que a cliente se sinta linda e feliz ao sair de lá. A lavagem (com produtos bons) antes do corte também é sempre de graça. São brindes que acho que não saem tão caro, acaba fidelizando a clientela e não a inibe de voltar lá para fazer outros procedimentos.
    Desde que eu frequento o local o preço já aumentou algumas vezes, é lógico que ninguém gosta de ver aumento, mas a questão é que o serviço deixa as clientes tão satisfeitas que no final elas acham o aumento justo e continuam frequentando o lugar - e ainda fazendo propaganda pras amigas.
    Eu acho que o profissional tem que valorizar o trabalho desde o início para ser valorizado, e o valor deve ser justo tanto para o profissional quanto para o cliente.

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  7. Carla

    Sou novata na profissão de cabeleireiro, e assim como vc também acompanho algumas comunidades do orkut voltadas para a área.
    O que tenho notado ultimamente é que a falta de regulamentação da atividade dá margem a que muitas pessoas se aproveitem de determinadas situações, tanto profissinais quanto clientes também.
    E no meio dessa nebulosidade de critérios toda, concordo em parte com o seu posicionamento. Sou a favor da tabela sim, mas a variante "produto" pesa e muito no valor final do serviço.
    Colocar à disposição produtos populares, intermediários até aqueles mais "highlux" e deixar à critério da cliente a escolha, e cobrar o justo em função disso não me parece nada leonino. Desde que se mantenham fixos o valor imbutido da mão-de-obra, água, luz, dentre outros. Isso evitaria indelicadezas do tipo cobrar o reparador de pontas em separado!
    Assim é o meu ponto de vista.

    Bjus

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  8. FABRICIA: Primeiramente obrigada pelo carinho ♥
    Existem várias escolas e o que vai fazer diferença não é a escola em sim, é o seu empenho. Se você conseguir um professor que ama a profissão você vai aprender muito no curso, senão procure as informações por conta própria.
    A média de custo de um curso de 1 ano a 1 ano e meio é R$ 2.000,00, somando ainda por volta de R$ 2.000,00 de material que você vai usar posteriormente para trabalhar como secador, prancha, tesouras, etc... Fora translado e alimentação no período. É por isso que muitos alunos sucumbem a famigerada progressiva, pois assim que terminam o módulo de escova os professores já os incitam a comprar alguma marca, a maioria dos professores são representantes de alguma empresa.
    No final das contas, faça um curso que tenha aprovação junto ao MEC, mesmo que não seja um bom curso, mas que tenha nome. De resto estamos aqui pra isso mesmo.

    FABY: Concordo com você e fiquei estarrecida com as suas experiências! Infelizmente é esse o quadro profissional do Brasil hoje em dia!
    Desde que comecei com o blog que venho orientando os profissionais a oferecem mais de uma linha de tratamento com vários custos passando do mais simples ao mais sofisticado.
    O primeiro perfil de profissional que você citou é bem comum em pessoas com baixa estima, são excelentes no que fazem, mas não acreditam no seu potencial, por isso não julgam ser justo cobrar o valor que o serviço merece.
    Quanto a usar produtos baratos, creio que simplesmente o profissional esteja super-barateando, pois existem marcas profissionais que possuem preços baixos e são fabulosas para cabelos afros como a Evolution por exemplo.
    Já o segundo profissional nem tenho que comentar, chamo isso de burrice mesmo!

    BECS: aqui no Rio também existe essa diferença, só que ela acontece bairro a bairro. Nas áreas mais nobres de cada bairro um preço e nas mais simples outro preço.
    Sobre seu tipo de cabelo, é como eu disse "Separamos os 6 tipos mais comuns de se encontrar e é possível que você se enquadre em alguma categoria, salvo algumas pequenas diferenças." rss...

    VANESSA: Colocação perfeita. Modelagem de pontas ou acabmento com babyliss é um padrão meu, pois com o passar do tempo as pontas começam a voltar ao normal e ficam com aparência mais natural do que se não modelar. No inicio eu tinha que convencer as clientes a deixar fazer, depois elas é que pediam... rs...

    KRYS: Realmente a falta de regulamentação da profissão faz com que o mercado vire um oba-oba.
    Quando fala-se em "Leonino" já está sendo desonesto com o cliente.
    Todos os custos fracionados devem estar embutido no serviço e não julgo certo empurrar serviços mais caros, posso falar nas vantagens e benefícios, mas a escolha sobre qual procedimento fazer sempre será do cliente.
    E cobrar a parte produtos utilizados no serviço é safadeza.

    http://euamocabelo.blogspot.com/2010/07/profissional-segunda-feira-dia-de.html

    Beijocas...

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  9. AHH, amei seu post sabe pq? Eu vivo esse dilema...pq é familia eu cobro menos..mas o mesmo serviço que eu faço aqui...eu faço no Alphaville com um preço tipo 6 x maior...trabalho com produtos especificos tipo Alfaparf...e as pessoas não entendem, querem de graça, ou preço menor, decidi que...não vou explorar ninguém mas dar mais valor ao meu trabalho, e aprender lidar com não..pq se vc aumenta o serviço, as pessoas acham que vc está explorando..e não é assim, e a competencia? vc disse certo...amamos o que fazemos e damos o melhor de sí..achu justo!! Beijos!!
    Brigadaoo

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  10. excelente post!
    eu nunca sei quanto eu vou pagar quando vou no salão é sempre um preço diferente para o mesmo procedimento 0o

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  11. Carlinha, qual sua opinião sobre a escova de Tumalina ? O preço é em média de R$ 250,00 é isso mesmo ??rs
    Bjs!

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  12. BITTERFAIRY: Família é pior ainda, eles acham que estão nos fazendo um favor... Não se rebaixe amoga!
    Sinto sua falta =(

    VANESSA: Hummmm, isso me soa a desonestidade!...

    LUANA: Eu não recomendo nenhum tipo de escova, leia a TAG Escova.

    Beijocas...

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  13. adorei o blog parabéns !!!!!!

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  14. ooii tanbem sou cabeleireira e preço sempre foi meu maior problema pq agente faz as contas de todos os gastos mas tem sempre que levar em conta o preço da concorrência.
    estou te seguindo me segue tambem http://salaofemininaa.blogspot.com/
    bju xau xau

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  15. Eu gostaria de fazer box braids...e queria saber quanto um cabeleireiro cobraria a mão de obra apenas?

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  16. Quanto um cabeleireiro cobraria mais ou menos apenas a mão de obra para fazer box braids?

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  17. Eu gostaria de fazer box braids...e queria saber quanto um cabeleireiro cobraria a mão de obra apenas?

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